data-filename="retriever" style="width: 100%;">O Rio Grande do Sul está em greve. Não apenas os professores, mas profissionais de saúde e muitas outras categorias aderiram à paralisação devido ao atraso no pagamento do funcionalismo público. Além disso, são muitas as reclamações em torno da falta de reposição salarial nos últimos cinco anos. Aqui em Santa Maria, as escolas públicas, não têm previsão de retorno. A 4ª Coordenadoria Regional de Saúde, a qual é responsável pela coordenação técnica de 32 municípios da região central do Estado, interrompeu suas atividades. Isso significa, por exemplo, suprimir a distribuição de medicamentos para o tratamento de doenças tais como câncer, HIV/aids, tuberculose, hepatites, esclerose múltipla, diabetes, entre outras.
A nível nacional, o ministro da Economia apresentou projeto de lei 6159/2019, o qual traz o dispositivo de cumprimento alternativo para a lei de cotas. Em um país onde as pesquisas apontam a falta de respeito à diversidade, sabemos o quanto essa medida poderá impactar na vida dos indivíduos com necessidades especiais. Sem dúvida, esse retrocesso vai prejudicar ainda mais o ingresso dessas pessoas ao mercado de trabalho.
No Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, 25 de novembro, assistimos à ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos chamar a imprensa para nada. Em um país com alto índice de violência contra a mulher, eu diria que precisamos de ações urgentes e não encenações teatrais. Dados recentes apontam que a cada quatro minutos uma mulher sofre violência física, crescem os casos de feminicídios, sendo que 61% dessas mortes foram de mulheres negras. O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) revelou aumento de 53% nos registros de violência sexual. O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apresenta os seguintes dados: 472 mulheres morrem a cada mês, 15,5 a cada dia e uma a cada hora e meia. Os dados são mais do que suficientes para acreditar que não basta sacudir a cabeça em frente às câmeras.
O novo presidente da Funarte faz declarações afirmando que o rock ativa a droga que ativa o sexo que ativa a indústria do aborto. Como diria um trecho da música A Day In The Life, dos Beatles, "apesar de as notícias serem tristes, eu tive que rir". Seria cômico, se não fosse trágico.
Na mesma semana, tivemos a declaração do ator Leonardo Di Caprio dizendo que não tem relação com o fogo da Amazônia, relatando, inclusive, que há muito tempo investe na proteção ao meio ambiente no Brasil e em outros países.
Quer mais? O novo presidente da Fundação Palmares, órgão dedicado a preservar a cultura negra, minimiza preconceito sofrido por negros no país. Praticamente simultâneo às manifestações desse senhor, ocorreu o massacre de Paraisópolis no qual, dos 9 jovens mortos, 8 eram negros.
É como já dizia uma certa música: "Mesmo com toda a lama, a gente vai levando".